Sititev e Sinfiatec vão para a mesa de negociação hoje

Reivindicando 5% de aumento real, mais o repasse da inflação o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis (Sititev), senta hoje pela primeira vez para negociar com o Sindicato Patronal (Sinfiatec). Esse é um dos menores percentuais já pedidos pela categoria, com a intenção de definir o reajuste sem ter que apelar à justiça. Para a presidente do Sititev, Zeli da Silva, não dá para aceitar um percentual menor do que o pedido pelos trabalhadores, visto que o salário está defasado, desde o último reajuste que foi de apenas 3%.

“Os 5% de aumento real, mais os cerca de 3% correspondentes à inflação do período representam, para quem ganha o piso de costureira que é R$ 1236,00, um aumento de R$ 98,00, o setor têm condições de repassar isso e ainda é muito pouco para recompor a renda do trabalhador”, avalia Zeli.

Enquanto os trabalhadores aguardam o resultado da Campanha Salarial por um reajuste salarial digno, já estão desembolsando mais para pagar serviços e artigos essenciais.

A tarifa da água foi reajustada em 4,39%. A tarifa de energia elétrica ficou 13,86% mais cara. No acumulado do ano, o gás de cozinha teve aumento de 5,2% e haverá outros dois aumentos ainda neste ano. Os medicamentos foram reajustados em até 2,84%. O índice que reajusta o aluguel subiu 8,24%. A tarifa do transporte público em Rio do Sul, por exemplo, aumentou 7,5%. “O Sindicato Patronal defende que o setor está com dificuldades, mas eu peço que eles avaliem quanto está difícil a vida do trabalhador que conta somente com o salário para sustentar a família e que no ano passado teve um reajuste de 3%? O trabalhador não conta com incentivos fiscais, não tem como repassar a inflação para o consumidor, como fazem os patrões”, reflete Zeli.

De acordo com a Presidente do Sititev a único índice que aponta queda é no preço da cesta básica, mas ainda assim, representa um custo alto para o bolso do trabalhador. “A cesta básica pesquisada pelo Dieese, está custando pouco mais de R$ 400,00 e é suficiente apenas para o sustento e bem estar de um trabalhador em idade adulta, não representa tudo que uma família necessita para passar o mês, e não contempla produtos de limpeza, higiene pessoal”, defende Zeli.

A reunião com o Sinfiatec será hoje às 13h30, no Ministério do Trabalho.